O nosso desenvolvimento pessoal é tão importante para nós como respirar. E porquê? Porque é quando conhecemos e desenvolvemos a nossa essência, o nosso propósito e os nossos talentos que nos sentimos mais felizes e completos.
Principalmente, mais do que sabermos fazer algo ou ter algo, é sabermos ser alguém. Antes de tudo, é sabermos o que queremos ser, quais os papéis que queremos desempenhar e só depois de tudo isso, vem a parte do que quero ter ou fazer. Por isso é aqui que os nossos valores pessoais entram e precisam de estar bem definidos. Desta forma, ficam a fazer parte do nosso SER e os expressamos no que fazemos de uma forma coerente.
Antes de aprofundar um pouco mais sobre o que é isto do SER e do TER/FAZER, vamos pensar nas necessidades e motivações mais básicas do ser humano. Certamente, que esta é uma forma simplista de apresentar, até porque as pessoas têm motivações e prioridades diferentes. No entanto, para Maslow, existe uma hierarquia de necessidades que acabam por contribuir para o nosso desenvolvimento pessoal e bem estar.simpl
Quais são as nossas necessidades mais comuns?

Segundo Maslow, os seres humanos têm cinco necessidades mais comuns, ou até poderemos dizer motivações.
1. Necessidades biológicas. Geralmente estas são as prioritárias e que contam para a sobrevivência humana. Por isso estão relacionadas quando sentimos fome, sede, cansaço, vontade de dormir. Então quando temos alguma destas que nos retiram bem estar físico, são as primeiras que precisamos tratar.
2. Necessidades de segurança. Isto é relacionado com todas as situações ou pessoas que nos transmitam segurança, ou um sentimento de proteção. Por esta razão, a colaboração e a convivência acabam por ser algo que as pessoas procuram.
3. Necessidade de afeto. Relaciona-se com o desejo de ser aceite, de conviver e de ter a companhia dos outros. Assim é o que nos faz querer criar e manter relações de afeto, pois traz bem-estar e um sentimento de pertença.
4. Necessidade de estima. Principalmente é como gostamos de ser tratados pelo nosso nome e respeitados, é onde o sonho por poder e estatuto social estão. No entanto, o desejo de estima em demasia, pode fazer com que haja uma irritabilidade com críticas que poderão ser construtivas.
5. Necessidade de autorrealização. Este é o ponto onde queremos mais. Queremos mais responsabilidades, mais desafios e até superar limites. É quando nos dedicamos a um trabalho, pelo simples facto de ser importante para nós e adorarmos o que fazemos.
As etapas do desenvolvimento pessoal
Após percebermos as motivações ou necessidades básicas que nos afetam o bem estar e, até mesmo o nosso desenvolvimento, poderemos refletir sobre algo mais profundo: o nosso SER. Quando estamos focados no que SOMOS, é mais difícil no abalarmos ou nos deixarmos influenciar por alguma situação menos positiva ou alguém que nos critica ou nos julga. Pois os nossos alicerces são mais fortes e a nossa auto-estima não deixa que algo facilmente nos faça ir abaixo.
Recentemente, em conversa com um cliente que se sentia desmotivado e sem saber bem o que fazer, questionei sobre quais as razões de se sentir assim, o que tinha acontecido. Após me dizer tudo, apercebi-me que estava muito preocupado com o que ia FAZER e o que isso o faria TER. Então, perguntei-lhe se tudo aquilo era algo que considerava que o definia como pessoa, e a resposta foi “Claro que não!”. Rapidamente, se apercebeu que estava a deixar-se desmotivar por questões que nem sequer controlava e mais do que isso, estava a deixar o seu SER esmorecer. Então foi quando lhe expliquei do porquê precisarmos de trabalhar o seu SER todos os dias até interiorizar e assim, conseguir automotivar-se.
Desta forma, falei-lhe das cinco etapas do desenvolvimento pessoal:
- Saber o seu propósito de vida: conhecer o porquê da sua existência. Isto é mito mais do que sabermos no quê ou onde vamos trabalhar, porque isso é um como fazer.
- Conhecer a sua identidade: estar muito claro o SER. Ex. “Eu sou honesta.”
- Identificar os valores de que não se abre mão por nada do mundo.
- Perceber quais são os comportamentos e atitudes que precisa de ter. Ou seja, o que vai fazer para contribuir tendo por base o seu propósito, identidade e valores.
- Influenciar o ambiente externo a si: a partir do momento que os pontos anteriores estão bem definidos e consciencializados, será o influenciador do que o rodeia e as suas relações sejam pessoais como profissionais irão progredir positivamente. Isto tudo, pelo simples facto de estar mais ciente do que lhe faz bem ou mal.
Como se auto-conhecer?
Partilho um modelo de Reflexão de Desenvolvimento Pessoal que utilizo nos meus programas. É um modelo inspirado no livro “Os sete hábitos das pessoas mais eficazes” de Stephen R. Covey.
Caso se sinta sem saber o que deve fazer, sem rumo, com desmotivação para tudo e até para as pessoas que mais gosta. Então estes são os primeiros sinais, que poderá ter de refletir sobre si e fazer uma jornada de auto-conhecimento.
Em conclusão, todos precisamos de nos revisitar, se estamos a ir de encontro com o que somos e acreditamos, e se não estamos, então como nos redirecionarmos. Não é fácil, mas é muito possível, principalmente porque fará com que seja mais feliz consigo e, depois com os outros, completando assim as necessidades mais comuns do ser humano.