Autoreflexão na carreira

Este tem sido um ano de desafios, descobertas, aprendizagens e de perceber e saber o que quero para mim.

No entanto, acredito que o meu caminho de auto-conhecimento iniciou há alguns anos atrás. Simplesmente, algures no tempo, eu desviei-me do que queria para mim. Na verdade, a expressão certa é “esqueci-me de quem eu queria ser”.

Afinal não queria ser Engenheira

Primeiramente, em 2011 terminei o meu curso em Engenharia do Ambiente, e o mais engraçado (que na verdade para muita gente, não teve piada e pensaram que eu tinha enlouquecido) é que percebi durante a minha tese, que não era aquilo que eu queria para mim. Basicamente, não me imaginava passar o resto da minha vida, embrulhada em relatórios para escrever, amostras para analisar durante horas, dias, semanas ou meses. Ou até fechada num laboratório ou escritório em que só via a luz do dia antes de entrar ou quando fosse sair.

Dizer isto a voz alta, foi o primeiro grande desafio da minha vida, mas sabia que ao dizê-lo teria de perceber o que, realmente, queria fazer. E esse era o outro desafio perceber o que eu gostava de fazer.

Foi em Setembro de 2011 que pensei em fazer algo. E pensei “Vou pesquisar por estágios internacionais.”. No qual, fui dar a um site da AIESEC Portugal em que após ler, decidi enviar a minha inscrição. E passado alguns dias, ligaram-me para fazer a uma dinâmica de grupo.

Fiz todo o processo de recrutamento e fui passando as fases, até chegar a um fim de semana de “formação” e disseram-me que tendo em conta o meu background académico, iria demorar a encontrar um estágio internacional. No entanto, ofereceram-me a hipótese de entrar como membro e ajudar nos projetos que tinham na altura.

A descobrir o que gostava

E assim se passaram 4 anos em que estive na AIESEC e acabei por não ir de estágio. No entanto, descobri tanto sobre mim, sobre o que adorava e me dava um brilho nos olhos, e descobri no que eu era boa e muito boa a fazer.

Descobri que adorava gestão, falar e relacionar-me com as pessoas, gerir projetos, dar formação, mas principalmente, ajudar os outros a encontrarem o seu propósito e a ensinar como o podem fazer.

Mas como em tudo na vida, chega um dia em que precisamos de novos desafios e na altura, senti que precisava de ir para o mercado de trabalho “real”.

Iniciar em Consultoria e Formação

Em 2015, iniciei o meu trabalho enquanto Consultora de Gestão numa empresa de consultoria e formação. Foram muitas as aprendizagens e desafios que tive, conheci muitas pessoas com quem aprendi muito. E cresci muito enquanto profissional e pessoa.

Contudo com o tempo, senti que me estava a perder no que queria para mim. Eu sentia que precisava de mais do que tinha, que não me sentia feliz e realizada. Sentia-me um ratinho dentro de uma roda a correr e sem sair do mesmo sítio. Precisava de novos desafios ou de me desafiar, por exemplo.

Os últimos meses de 2019 para mim foram muito difíceis de lidar, emocionalmente estava exausta por diversos motivos. Mas precisei de refletir, e comecei por refletir no que não queria para mim. Então tomei a decisão.

Despedi-me!

Em dezembro de 2019, um pouco antes do Natal, decidi entregar a minha carta de demissão. Foi das decisões mais difíceis e até mesmo, uma decisão dolorosa que tive de tomar. No entanto, eu estava num ponto, em que precisava de pensar em mim, na minha sanidade mental e encontrar a “Cláudia” que eu queria ser.

Se eu já tinha algo à minha espera? Bem, a resposta era não!

Não fazia a mínima ideia do que iria fazer a seguir, ou até se iria querer trabalhar na mesma área ou experimentar algo diferente.

Auto Reflexão

Precisava de um tempo, precisava de parar para pensar no que queria para mim. Então comecei a guiar a minha própria reflexão.

Primeiramente, tinha de perceber sobre mim era quais as minhas forças e como as poderia potencializar. Então fiz a minha própria matriz SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças).

As minhas forças

O que faço naturalmente bem? Qual o feedback que tenho sobre as minhas qualidades? Quais as coisas que gosto de fazer e faço bem?

Os meus pontos de melhoria

O que para mim é um grande esforço em melhorar? O que me é transmitido pelos outros sobre os meus pontos a melhorar?

Os meus incentivos

O que me motiva a fazer? O que me faz sentir bem e me dá mais energia e ideias?

Os meus constrangimentos

O que me desmotiva? Quais as atividades que procrastino ou levo muito tempo a fazer?

Esta ferramenta para mim foi uma das que usei que mais me ajudou a perceber sobre o meu propósito e o que me motiva verdadeiramente: Dar ferramentas e ajudar as pessoas a serem a melhor versão delas próprias.

Concluindo, percebi que queria ter um projeto meu e que esse seria o meu grande desafio. Só não sabia que quando o decidi, o que viria. No entanto, ainda não sabendo e nada me parando, dei o passo seguinte.

Estruturar o meu modelo de negócio e de como as minhas forças poderiam-se tornar na minha proposta de valor.

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